Monday, September 19, 2011

NOS APOSENTOS DO REI OS DEGRAUS INCOLORES ATRAPALHAM A MARCHA

PELA ESTRADA ÍNGREME TORTA

GENTE RUDE PÉ DESCALÇO

TERRA FRIA TERRA MORTA

POBRES GENTES POR PERCALÇO

DAS CHUVAS QUE TRAZ O VENTO

SILÊNCIOS DE POÇO FUNDO

SECO MUNDO ESTRADA TORTA

NOS CÉUS SE SECA UM MUNDO

COM LISURAS D'ÁGUA MORTA

DEIXAR VIR AS NUVENS NO SEU LUTO

UM MINUTO DE CHUVA BASTA UM MINUTO

E DA SEDE BREVE NASCE O FRUTO

Saturday, September 17, 2011

ARQUITECTURAS DE FRUTOS PODRES

Us u fruto

Do crânio a orla
fraca loisa
que é semi-borla
pobre coisa
de osso feita
onda de osso a rolar
em esquírolas desfeita
feita do cálcio do mar
ó osso dos nossos mortos
onde fica o pomar
que em todos os portos
naufraga na infância
redundância
desse vento
epicentro
de assomos
de reis momos
de assombros
e de escombros
das palavras
que são gagas

ou sã gágás?
ó bruxo d'além da ponte
feita de palavras más
não sei se te conte
que a ponte donde vás
sofrerá bruto desmonte
na Fértil leira
que se fez feira
onde o fruto
bruto
se recusa
se escusa
a envelhecer
a viver
curvado
cavado
e de súbito nesse rio
o fruto velho e frio
deu nome à ponte esquecida
arquitectada pela vida
corrida
vendida
perdida
ida

dah...

só ares de merda flutuam nas marés de crises eternas ou ternas em que sempre vivemos e estão para durar.....